Capítulo 23 - o filho secreto do bilionário
- Erica Christieh

- 17 de jul.
- 5 min de leitura
Atualizado: 27 de nov.

Quando o fim do expediente terminou, Antonela segurou pelo braço de Dominique e saiu a arrastando pela rua.
— Antonela, o que você está fazendo? – livre de suas mãos, Dominique respirou aliviada – isso tudo é medo do Benjamim?
Antonela revirou os olhos e entrou no Chevette. Quando Dominique sentou-se ao seu lado e ligou o veículo e dirigiu, ela finalmente respondeu à sua pergunta.
— Por que todo mundo acha que eu tenho medo dele? – o deboche se insinuou na expressão de Antonela – ele quer que eu vá a uma reunião na casa dele, vestida de gala.
Dominique ficou momentaneamente atordoada com a revelação dela. Boquiaberta e a surpresa piscando em seus olhos.
— O Benjamim realmente quer você por perto – as palavras de Dominique provocaram uma mudança na expressão de Antonela – então precisamos nos apressar, e procurar algo para você vestir.
— Ele está me castigando, não tem outra explicação – ela bufou, jogando a cabeça para trás e fechando os olhos – onde vou arrumar um vestido de gala? E por que eu preciso me vestir assim em uma reunião da empresa?
— Eu não saberia te responder, mas o vestido consigo arranjar – ela disse, parecendo animada com a possibilidade de Antonela estar ao lado de Benjamim – Você pode conseguir um cargo melhor na empresa, já pensou nisso?
Sem proferir nenhuma palavra, Antonela disparou um olhar afiado reprovando suas declarações. Antonela não queria cargo importante, nem mesmo ficar mais próxima de Benjamim, ela queria apenas uma oportunidade para ir embora dali com Adam e nunca mais ter que olhar para quele homem.
Mas ela não tinha para onde ir, nem mesmo dinheiro para fazer isso. Em uma coisa Antonela tinha razão, trabalhar para Benjamim erra uma oportunidade que ela não encontraria em nenhum outro lugar.
Chegaram à fazenda com o sol se pondo. Antonela olhou para o relógio e faltava apenas uma hora e meia para que Benjamim fosse buscá-la. Ela viu Adam caminhar lentamente em sua direção e abraçá-la. Considerou estranha a atitude do garoto, ele parecia cansado e sem energia.
— Está tudo bem com ele, Carmélia? – ela analisou o rosto do menino que esfregava os olhos sem parar.
— Ele brincou o dia inteiro correndo atrás das galinhas – ela respondeu – deve estar cansado.
Mas o discurso dela não acalmou o coração de Antonela. Ela se sentia culpada por trabalhar tanto e ficar longe dele. Na verdade, Antonela sempre sonhou em casar com um homem bom e trabalhador, para que ela pudesse ficar em casa, apenas cuidando dos filhos, mas ela mesmo estragou seus planos quando ficou com Benjamim e engravidou dele.
Se ela contasse a ele a verdade, talvez a história mudasse, afinal ele queria filhos, mas Antonela sentia asco só de imaginar se casando com aquele homem.
Ela dispensou os pensamentos e pegou Adam no colo o levando para dentro. O colocou na cama, percebendo que ele já havia tomado banho, mediu sua temperatura, estava tudo normal.
— Ele me parece bem e eu vou ficar aqui cuidando dele para você – Dominique segurou na mão dela a erguendo, para que ela se apressasse – vamos nos arrumar.
Dominique foi até o guarda-roupa e tirou de lá um lindo vestido vermelho. Ele era longo e seu tecido fino e macio. Os olhos de Antonela brilharam. Ela segurou o vestido nas mãos pensando que jamais havia usado nada parecido com aquilo, mas logo considerou exagerado demais.
— Isso é uma roupa de gala – Dominique enfatizou – abandona esse medo e se vista.
Ela olhou no relógio, percebendo faltar menos de uma hora para que Benjamim fosse buscá-la.
— Eu disse a ele para que me pegasse na empresa – ela correu para o banheiro, com Dominique vindo logo atrás.
— Por que na empresa? – Antonela fechou a porta e Dominique ficou parada com os ouvidos grudados na madeira.
— Você queria que eu dissesse onde moramos? – ela respondeu e a voz era abafada pelas paredes – além disso, ele não questionou, embora eu considere de suas desconfianças.
— É claro que ele vai desconfiar – ela ergueu a sobrancelha, sabendo que precisava se apressar em arrumar a antiga casa – amanhã resolverei isso, para podermos nos mudar imediatamente para a velha casa.
Antonela se silenciou. Cinco minutos depois ela saiu do banho e rapidamente se vestiu, faltava apenas meia hora e ela sabia que não havia tempo. Dominique passou maquiagem em seu rosto e colou longos cílios. Ela deu um beijo em Adam e saiu. Faltava menos de dez minutos. Por mais que Dominique dirigisse rápido, ela chegaria atrasada.
Avistou o carro de Benjamim perto da entrada da empresa. Estava vinte minutos atrasada. Ela desceu do carro, quando avistou Benjamim caminhar na direção dela. Ele parou e o olhar admirado recaiu sobre ela até que ela se aproximasse. Observando seu silêncio, ela olhou para si mesma, considerando que talvez estivesse exagerado e por isso Benjamim a olhava daquele jeito.
— Sinto muito pelo atraso – ela disse, limpando a garganta e tentando disfarçar o constrangimento – tive dificuldade em encontrar uma roupa para esse momento.
— Você está ótima, Antonela – as palavras dele fizeram-na levantar a cabeça rapidamente para olhá-lo. Aquilo era um elogio? – mas da próxima vez, quero saber onde você mora, para que eu mesmo vá buscá-la.
Teria próxima vez? O corpo de Antonela congelou com aquela possibilidade. Ela não queria ter que ficar andando com ela para todos os lados.
Desviando o olhar em seguida, Benjamim virou as costas e caminhou para longe dela. Entrou no veículo e esperou que ela fizesse o mesmo. Como ele era mal-educado. Ela bufou, instalou os lábios e caminhou furiosa na direção do carro. Uma vez sozinha com ela, seus sentimentos de ódio se esvaziaram.
O silêncio transcorreu por todo o caminho, até que chegasse à casa. Era simples demais para o homem mais rico da cidade. Antonela olhou para a residência e considerou que Benjamim era um homem cheio de surpresas. Ela não o viu se aproximar e agarrar sua mão. O toque dele provocou arrepios involuntários e ela arregalou os olhos na sua direção.
Ele envolveu o braço dela no dele e, naquele momento, ele estava sendo gentil e cuidadoso. Antonela ficou momentaneamente sem palavras com a atitude dele.
— A partir de hoje, você é minha assistente pessoal, sendo assim seu salário se tornará o segundo maior da empresa e você terá que me acompanhar em todos os eventos que envolvem os meus negócios.
— Eu? – ela ficou assustada – eu nem sei como exercer esse papel, senhor.
— Não me chame de senhor, Antonela – ela disse, olhando nos olhos dela. Sua voz era autoritária, mas seu olhar calmo e amoroso – eu vou te orientar sobre o que fazer. Eu sei que você é inteligente e capaz para fazer isso.
Benjamim a conduziu até a entrada da casa. Uma melodia calma era tocada e risos vinha de dentro da residência. Quando a porta se abriu e Antonela entrou na casa de Benjamim, todo o seu brilho se apagou.
O primeiro rosto que ela viu foi o de Henrico, e isso a perturbou momentaneamente de um jeito que ela não soube explicar.
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