Capítulo 31 - o filho secreto do bilionário
- Erica Christieh

- 17 de jul.
- 4 min de leitura

Adam dormia nos braços de Antonela. O rosto vermelho de febre, enquanto Antonela ainda esperava pacientemente que ele fosse atendido. Não viu quando Dominique entrou aflita e se sentou no único assento disponível, logo atrás dela.
— Preciso te contar algo – ela se inclinou e sussurrou no ouvido de Antonela.
Antonela girou para olhar nos olhos dela e pelo semblante de Dominique as notícias não pareciam ser nada boas.
— Eu vi a Alessia do lado de fora, observando você e o Adam – a expressão de Antonela se congelou enquanto as palavras de Dominique ecoavam em seus ouvidos – ela sabe sobre o Adam ou presume saber.
Antonela permaneceu em silêncio porque seus pensamentos se amontoaram em sua mente, não permitindo que ela raciocinasse corretamente. Como Alessia sabia que ela estava no hospital? Alessia a seguiu até ali? Ou o próprio Benjamim havia ordenado que ela a seguisse.
— Uma hora isso iria acontecer – murmurou Antonela. Sua expressão estava em branco enquanto olhava para fora do hospital na esperança de ainda ver Alessia por lá – eu não sei por quanto tempo conseguirei guardar esse segredo.
— Acha que ela vai contar para o Benjamim? – com essas palavras, ela lançou um olhar significativo para Antonela e sorriu.
— E perder a chance de se casar com ele e ter filhos? – ela balançou a cabeça – a Alessia não é tão burra quanto parece.
Embora seu semblante transparecesse calmo e suas palavras provassem isso, por dentro Antonela temia o pior. Ela não queria que Benjamim soubesse da verdade. Ela jamais se perdoaria tendo aquele homem envolvido em sua vida mais uma vez. Engoliu a seco, desviando o olhar até Adam e passando a mão sobre o seu rosto, percebeu que a febre havia aumentado.
Seu coração estava em frangalhos. Ver seu filho doente, sem motivos aparentes a amedrontava. Alguns segundos depois, o guarda chamou pelo nome de Adam e ela entrou no consultório com o menino nos braços.
O médico fez uma dezena de perguntas que na maioria, Antonela não soube responder. Em um momento Adam brincava feliz, no outro estava com febre e sem energia.
O médico os encaminhou a uma sala de medicação. Ela se sentou ao lado do garoto que, agora, acordado, resmungava, reclamando sentir dores nas pernas. Não havia um diagnóstico certo, o que fazia Antonela temer ainda mais.
Ela pediu para que Carmélia ficasse com ele, com a desculpa de que precisava ir ao banheiro. Ela se trancou no lugar e chorou. Desde o dia em que retornou àquela cidade, vários fatores ocorreram de repente, pressionando-a excessivamente. A morte da mãe, o ódio do pai, a irmã que iria se casar com o pai do seu filho e agora Adam doente.
Antonela considerou que não suportaria tanta pressão, mas havia algo a mais a incomodando. Ela pegou o celular detrás do bolso da calça e com as mãos tremulas discou o número de Benjamim. Não se importou com o horário que o incomodaria. Ela precisava ter certeza de que ele não sabia de nada.
A voz rouca do outro lado da linha e a velocidade com que ele atendeu a ligação fez seu corpo estremecer.
— Porque está me ligando a essa hora? – Ele foi ríspido.
Um silêncio se prolongou do outro lado da linha. Antonela fechou os olhos, se odiando por fazer aquilo. O que ela estava pensando? Que Benjamim seria cordial com ela e conversariam como se nada estivesse acontecendo?
— Eu liguei errado – ela estava pronta para desligar e se afundar na própria vergonha, quando ele a obrigou ficar.
— Ou ligou para pedir desculpas? – Antonela ficou paralisada – por contar a Alessia que nós dois transamos naquela noite?
— O quê? – Antonela foi pega de surpresa. Com os arregalados momentaneamente antes de escurecer com a revelação – A Alessia está com você?
— A Alessia é minha noiva Antonela – foi a vez dele se silenciar, quando desviando o olhar observou a mulher que dormia na sua cama – por que contou a ela sobre nós dois?
Antonela sorriu, achando irônico o modo como ele se referia à noite em que passaram juntos. Ela desejava profundamente esquecer aquilo. Apagar benjamim parra sempre da sua memória, mas não podia.
— Não existe nós dois – ela cerrou os dentes ao dizer isso – e eu não contei nada a Alessia. Provavelmente ela presumiu.
Benjamim quase bateu o celular contra a parede ao ouvir a declaração de Antonela.
— Você acha que isso é uma brincadeira, Antonela? – o rosto dele tornou-se vermelho, mas ela não estava ali para vê-lo irritado – agora entendo quando o Henrico insiste em acusar você de tentar acabar com o meu casamento. Está com ciúmes da Alessia.
Uma gargalhada ressurgiu do outro lado. Antonela insistia em desafiá-lo. De todas as mulheres que conheceu, ela era a primeira a não ceder seus caprichos ou temer suas punições. Ao contrário, mesmo ele sendo seu chefe, Antonela não tinha limites.
— Vou repetir para ficar bem claro para você entender – ela disse, desejando que ele estivesse na frente dela apenas para ver sua fúria – a noite em que passamos juntos foi insignificante para mim e quem insiste em voltar nesse assunto é sempre você.
— Tão insignificante que precisou contar a sua irmã - ele tentou ignorar o turbilhão de sentimentos dentro dele, mas era impossível.
— A Alessia mentiu para você – Antonela sabia o motivo e aquilo congelou o sangue em suas veias – mas eu não tenho muito tempo para tentar convencer você disso. Descubra por si só.
Na intenção de consertar o erro que havia cometido, Antonela encerrou a ligação repentinamente, sabendo que aquilo irritaria ainda mais Benjamim. Seu coração batia descontroladamente dentro do seu peito.
Agora, Alessia conhecia o seu segredo e, enxergando quem era a irmã, sabia do que ela seria capaz de fazer apenas para mantê-la longe de Benjamim.
Depois de alguns minutos para se acalmar, ela voltou à sala onde estava Adam. Seus olhos estavam inchados, mas Dominique não ousou perguntar se ela havia chorado.
Com a febre de Adam quase desaparecendo e devidamente medicada, elas voltaram para casa na madrugada. Antonela se deitou na cama, sentindo o corpo dolorido. Pior do que isso era saber que teria que encarar benjamim no dia seguinte.
Ela não podia desistir agora. Adam precisava dela e ela precisava daquele emprego.
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