Capítulo 32 - o filho secreto do bilionário
- Erica Christieh

- 17 de jul.
- 5 min de leitura

Henrico esperava desde a cinco da manhã que Alessia chegasse. Ele podia presumir onde ela havia passado a noite e considerou um grande absurdo. Pegou o retrato de Francesca sobre a mesa e chorou desolado ao se lembrar da mulher.
— As coisas estão difíceis sem você.
Disse, abordando a lagrima em seguida. Fazia apenas alguns dias que ela havia partido e ele ainda se via esperando acordar de manhã e ver ela preparando o seu café. Francesca suportou Henrico a vida inteira. Suas manias, suas exigências e o modo duro e ríspido como ele tratava as próprias filhas.
Ele lembrava de como havia ficado frustrado quando Antonela nasceu. Ele queria que fosse um menino para ensinar a ele os negócios da família, mas Antonela veio em seu lugar. Quando ela cresceu e ele percebeu que a menina parecia com ele em alguns traços de personalidade, Henrico passou a detestá-la.
Era como olhar no espelho e não gostar do que via. Antonela o desafiava e muitas vezes não abaixava a cabeça para o pai.
Já que ela não podia assumir os negócios da família, ele a obrigaria a se casar e trazer fortuna através do seu casamento, mas nem para isso, ela serviu. Ser abandonada no altar foi uma grande decepção para Henrico, o que culminou com a partida dela, deixando Francesca desolada e piorando o seu estado de saúde.
Francesca faleceu devido ao câncer, mas Henrico resolveu colocar toda a culpa em Antonela. Colocou o porta retrato de volta na mesa e tentou esquecer a filha problemática que tinha e focar em Alessia, que ainda não havia chegado. Ele já considerava a ideia de ir atrás dela, quando a porta de entrada se abriu e Alessia entrou em casa, levando um enorme susto ao ver o pai parado em frente à porta.
Um sorriso amarelo surgiu em seu rosto e ela sabia que havia entrado em uma grande confusão.
— Onde você estava? - Henrico virou a cabeça, franziu a testa, olhando friamente para Alessia. Ela franziu os lábios finos e permaneceu em silêncio – fiz a você uma pergunta e quero que me responda imediatamente.
— Passei a noite com o Benjamim – ela respondeu sem imaginar o que viria em seguida.
Henrico cerrou os punhos. Seus profundos olhos escuros a encaravam, quando ele caminhou na direção dela e deferiu um tapa em seu rosto.
Alessia estava horrorizada com a atitude do pai, embora não duvidasse que ele conseguia fazer pior do que aquilo. Henrico jamais ousou levantar a mão para batê-la. Uma lagrima imediatamente escorreu pelo seu rosto, agora vermelho.
— Você nem se casou com ele e já se entregou? - Ele estava inconsolável – e se ele faz com você o mesmo que fez com a Antonela? Deixá-la no altar? Como recuperará a sua honra?
— O senhor acha que estamos no século passado? - a princípio, Henrico não entendeu a pergunta - ninguém espera se casar para transar com o homem que ama.
Ele fechou o punho novamente pronto para bater nela quando Alessia se encolheu e uma terceira pessoa entrou na casa, interrompendo a discussão dos dois.
— Antonela – a voz rompeu o impasse entre eles – você não pode entrar na minha casa sem minha permissão.
Mas Antonela ignorou completamente a voz do pai e avançou para cima de Alessia agarrando seu braço.
Ela estava atrasada para o trabalho e sabia que aquilo causaria mais problemas entre ela e benjamim, mas Antonela não teria um dia tranquilo se não exigisse uma explicação convincente da irmã mais nova sobre as mentiras que ela contava por aí.
— Por que você mentiu, Alessia? - ela sacudiu o braço da menina, o apertando cada vez mais – por que disse ao Benjamim que contei algo a você se nós duas nem sequer conversamos?
— Do que você está falando? - tentou se soltar das garras da irmã em vão - eu não disse nada ao Benjamim sobre você. Exijo que me solte imediatamente.
Antonela a soltou. Seus olhos se escureceram quando ela entendeu tudo. O que Alessia estava pensando? Que mentindo para Benjamim não só descobriria a verdade, como também causaria problemas entre Antonela e Benjamim. Ela sabia exatamente o que estava fazendo e agora, tomando o papel de vítima, usava sua astúcia para conseguir o que tanto queria.
— Liguei para o Benjamim ontem à noite, porque a Dominique disse que viu você me espionando no hospital – apontou o dedo em sua direção - você quer realmente saber se eu transei com ele, irmãzinha? Fiz amor com o seu amado noivo e foi a noite mais incrível da minha vida.
As palavras de Antonela fizeram o sangue de Alessia ferver dentro de suas veias. Agora ela estava pronta para atacar. Com os punhos fechados, avançou na direção de Antonela, quando Henrico interveio, separando elas duas.
— Parem imediatamente com isso – Henrico esbravejou – você também se deitou com aquele homem, Antonela? O que deu em vocês duas?
Respirando fundo, Antonela olhou para o pai. Não valia a pena ter aquela discussão. Henrico sempre ficaria contra ela, por mais que ela tentasse fazer as coisas corretamente, nada seria suficiente. Disposta a não dar nenhuma satisfação a ele, Antonela se desviou do pai parado a sua frente, e voltou a ficar perto de Alessia.
— Quero você longe de mim – Antonela mal conseguia controlar os próprios sentimentos – e pare de inventar mentiras a meu respeito. Senão, farei exatamente o que você e o nosso pai dizem que farão: acabar com o seu casamento. E você sabe que posso acabar.
Alessia perdeu até a cor no rosto ao ouvir Antonela dizer isso.
— Você não pode entrar na minha casa e ameaçar a Alessia – agora era a vez de Henrico demonstrar o seu desprezo por Antonela – você acha mesmo que o Benjamim largaria a sua irmã para ficar com você? Não se considere tão importante assim, Antonela.
Ela sacudiu o braço, obrigando o pai a soltar ela. Se Francesca estivesse viva, certamente se encheria de angústia ao ver sua família desunida, discutindo quem podia mais. Antonela não havia voltado para aquela cidade para isso e a dor em seu peito se alargou.
Lembrou-se de que precisava voltar a trabalhar.
— Realmente, eu não sou importante e nem busco essa aprovação de nenhum de vocês – ela olhou nos olhos cansados de Henrico e continuou – mas quero que a Alessia fique longe do meu caminho e pare imediatamente de arrumar problemas para que eu resolva com o Benjamim.
Girando as costas, ela partiu. Do lado de fora, Dominique a aguardava cheia de ansiedade. Ela parecia pouco se importar com a ideia de estar atrasada. Ela queria apenas ter o prazer de ver Alessia se dando mal ao menos uma vez na vida.
Frustrou ao saber que Antonela não conseguiu dar nem mesmo uns tapas na irmã mais nova. Mas se conteve com a confusão armada. Algo dizia a ela que o casamento de Benjamim e Alessia seria um enorme fracasso.
— Você está atrasada – a voz de Benjamim fez o coração das duas saltar no peito e, ao se virar, viu Benjamim parado em frente ao escritório.
Ele chamou a secretaria, que tinha outra enorme pilha de papéis nas mãos, e ordenou que ela deixasse tudo sobre a mesa de Antonela.
— A partir de hoje, sua função será gerar relatórios dentro dessa empresa – Antonela olhou para a montanha de documentos e parecia maior do que no dia anterior – vai ficar até tarde trabalhando hoje.
Ela ficou sem reação alguma, apenas deixando que o ódio a consumisse.
Porque Benjamim parecia odiá-la tanto.
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