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Capítulo 33 - o filho secreto do bilionário

O filho secreto do bilionário
O filho secreto do bilionário

Henrico permanecia com os olhos fincados em Alessia, esperando que ela explicasse toda a confusão que vinha causando nas últimas vinte e quatro horas, mas ela nem sequer abriu os lábios. Girou os calcanhares para partir, mas a voz estrondosa de Henrico fez ela parar imediatamente. 



— Nossa conversa não terminou – os pés de Alessia paralisaram e ela temeu o que veria em seguida. 


Olhou para ele com os olhos lacrimejando e soltou um sorriso sem graça, mas que logo desapareceu quando ela percebeu que seu pai estava disposto a ir até as últimas consequências. 


— Por que você estava perseguindo a Antonela? – o rosto de Alessia encheu-se de surpresa. 


Ela se lembrou de ter descoberto o grande segredo de sua irmã, aquele a qual ela escondia do mundo, pelos motivos as quais Alessia não compreendia. Ela temeu contar a verdade ao pai e aquilo acabar chegando aos ouvidos de Benjamim. 


Alessia deveria estar feliz agora, comemorando o seu trinfo por conseguir dormir com Benjamim no seu ciclo fértil. Logo ela estaria grávida e daria a ele um filho legítimo. Mas não conseguia sequer se alegrar quando Henrico permanecia parado diante dela, exigindo explicações de assuntos que não o interessavam. 


— O Benjamim pediu para que eu a perseguisse – ela disse a primeira mentira que veio em sua mente. 


Henrico franziu as sobrancelhas. Ele considerou essa desculpa mais risível que já havia ouvido.  Ele se negava a acreditar que Alessia fosse tão inocente a esse ponto. 


— Você é obtusa ou o amor que sente por esse homem está limitando você? - O desprezo de Henrico atingiu o coração de Alessia – por que está ajudando-o a perseguir sua irmã? Não percebe que Benjamim está obcecado por Antonela e que isso é um péssimo sinal para o seu casamento? 


— Eu não sou tão estupida quanto o senhor pensa, pai – a voz de Alessia cheia de desculpas preencheu os ouvidos de Henrico – afinal, por que o senhor se importa tanto? Já não considera Antonela sua filha há muito tempo. 


Henrico se enfureceu. Por que as mulheres que sobraram em sua vida pareciam tão burras? Por que nenhuma delas ouvia e seguia seus conselhos? 


— Estou preocupado com os meus negócios – respondeu com rispidez perdendo o resto de paciência que tinha – Antonela vai arruinar o seu casamento, mas você não parece se importar com isso.  


Alessia parecia plenamente confiante em suas atitudes e seu semblante calmo não transpareceu o que Henrico esperava. 


— Ao invés do senhor brigar comigo deveria me ajudar a planejar um bom plano para tirar Antonela da cidade – nunca imaginou que realizaria negócios com pai, contra a própria família - Fique pensando sobre o que eu disse e depois conversamos. 



— Eu não terminei de falar, Alessia – nesse momento, Henrico levantou a cabeça em choque, percebendo que Alessia não o obedeceria – proíbo você de ir se encontrar com aquele homem mais uma vez antes do casamento. 


— Essa não foi a primeira vez, papai – a voz dela já estava distante e carregada de deboche. 


Henrico se apressou para subir as escadas e já tirava os cintos preso nas calças para dar em Alessia uma boa lição, mas a porta do quarto dela se fechando foi tudo o que ele obteve. 


Parou, sentindo o peito sendo esmagado pela própria indignação. Voltou pelo mesmo caminho que viera, exasperado. Se questionou onde havia errado na criação das filhas. Ele só não expulsava Alessia de casa porque ela era a solução para os problemas de seus negócios. 


Henrico odiava pensar que há anos estava na beira da falência. Já haviam se passado três anos que Benjamim prometera se casar com Alessia, mas tudo o que ele presenciou foram promessas vazias. Deveria estar agradecido por ele não ter desistido de se casar com uma de suas filhas, depois do escândalo que foi o casamento não realizado com Antonela.  


Todos na cidade diziam que as filhas de Henrico Bianchi eram as mais bonitas da região. Estava aí o grande interesse de Benjamim, procriar filhos bonitos e poderosos.  


Ele parou em frente ao espelho que havia na entrada da casa, penteando o bigode e em seguida o cabelo grisalho. Pegou seu chapéu depositado no gancho da parede, colocou sobre sua cabeça e saiu de casa.  


Caminhou a pé até sua fábrica de chapéus. O sol estava quente, a cidade movimentada. Henrico era um homem muito conhecido por toda a região. Uma hora ou outra, precisava parar para cumprimentar as pessoas nas calçadas. O tratamento dele com pessoas estranhas era simpática e amorosa, diferentemente da maneira como tratava as próprias filhas.  


Todos sabiam que Henrico não falava mais com Antonela. Os boatos na cidade sobre Antonela o envergonhavam e sempre que alguém tocava no assunto, ele se irritava.  


Chegou na fábrica uma hora depois, embora a distância percorrida fosse pequena, ele se distraiu com conversas no meio do caminho. O único funcionário que restara o recebeu já em sua sala. Trazia as correspondências do dia anterior. Logo a mesa de Henrico ficou cheia de cobranças e ordens judiciais. 


Ele instalou os lábios, quando afastou os papéis para o lado. Ele não queria ter que abrir aqueles envelopes e se afundar em números que ele sabia, sozinho jamais conseguiria pagar. Seu olhar ficou vago por um momento e, enquanto ele pensava em uma forma de casar Alessia com Benjamim o mais rápido possível, o seu funcionário depositou o último papel sobre a mesa dele. 


Na verdade, era o jornal daquela manhã e na capa principal tinha uma foto de Antonela ao lado de benjamim. 


“Antonela Bianchi voltou à cidade e agora trabalha para o ex-namorado que a abandonou no altar.” 


Em letras grifadas menores, estava escrito, o que deixou Henrico em estado de fúria. 


“Será que Benjamim vai abandonar mais uma Bianchi no altar para se casar com Antonela?” 


— Maldição! – ele agarrou o jornal em suas mãos, o amassando e o jogando em direção ao funcionário. Fabrício se assustou e, tendo os olhos arregalados em direção ao patrão, girou os calcanhares para partir, mas Henrico o impediu. 


— Você fará um favor para mim, Fabrício – ele caminhou até o garoto e, segurando em seu colarinho, disse a ele – vai vigiar a Antonela vinte e quatro horas e descobrir tudo sobre ela. Sei que ela está escondendo algo. 


— Eu não posso sair, patrão – Fabricio contestou, gaguejando as palavras – quem vai produzir os chapéus? 


— Essa é uma preocupação somente minha – soltou com brutalidade, fazendo Fabrício perder parcialmente o equilíbrio – faça apenas o que ordenei e o resto eu cuidarei. 


Mas Fabrício não se moveu, paralisado pelo medo, encarou os olhos furiosos de Henrico pela segunda vez. 


— O que você está esperando? – gritou com ele – vá e registre tudo o que ela fizer e depois os traga a mim.   


Fabrício saiu correndo da sala de Henrico, tropeçando nos obstáculos que havia no caminho. Quando finalmente se viu sozinho, voltou a pegar o seu chapéu e saiu da fábrica praticamente abandonada. 


Ele iria ao encontro de Benjamim e resolveria, de uma vez por todas, essa situação.

 


Continue lendo o filho secreto do bilionário.



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