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O que são direitos autorais? Desmistificando o Medo dos Escritores

Atualizado: 3 de set.

Muitos escritores iniciantes tremem quando escutam a expressão “cessão de direitos autorais”. A confusão é comum: alguns acreditam que, ao ceder seus direitos, estão literalmente “perdendo o livro”. Mas será que isso é verdade?

gato em explosão de direitos autorais
Imagem por pinterest

O que são Direitos Autorais?


Direitos autorais são a proteção legal da sua obra, garantindo que você seja reconhecido como autor e tenha controle sobre como o livro será usado, reproduzido e comercializado.


  • Direitos morais: são intransferíveis. Você sempre será reconhecido como autor da obra.


  • Direitos patrimoniais: são aqueles que podem ser negociados ou cedidos a terceiros (editoras, plataformas, gravadoras etc.), geralmente em troca de publicação, distribuição ou remuneração.


    Direitos autorais são os direitos legais que o escritor tem sobre a própria obra. É a garantia de que você é reconhecida como criadora e pode decidir:


    • Quem pode publicar seu livro (e em quais plataformas/editoras).


    • Como o livro pode ser usado (impresso, digital, adaptação para filme, audiobook etc.).


    • Se o livro pode ser traduzido, resumido ou alterado.


    • Quem lucra com ele (você, a editora ou ambos, dependendo do contrato).


    📌 Em resumo: o direito autoral é o “poder de mando” sobre a sua criação.


👉 Ou seja, ceder direitos patrimoniais não significa deixar de ser dono do livro, mas sim dar permissão para que outra empresa explore comercialmente a obra por um período ou sob certas condições.




Onde está a confusão?


Muitos escritores confundem ceder direitos autorais com abrir mão da autoria. Mas ninguém pode roubar sua identidade como autor. O que pode acontecer é você perder o controle comercial da obra ao assinar contratos mal interpretados.


Mas afinal, o que são direitos autorais?


📖 Exemplos práticos:


  • Editoras tradicionais: em muitos contratos, a editora pede exclusividade de publicação e distribuição por 5, 7 ou até 10 anos. Nesse período, você não pode publicar o mesmo livro em outra editora ou plataforma.


  • Plataformas digitais: algumas oferecem modelos de contrato em que o autor precisa ceder parte dos direitos patrimoniais (geralmente de forma exclusiva) em troca de visibilidade, publicação ou monetização. Exemplos: Amazon KDP (com KDP Select, há exclusividade no digital), Buenovela, Dreame, Webnovel, entre outras.


👉 Por isso é essencial ler os contratos com atenção antes de assinar.


O que muitas editoras fazem é pedir que você ceda parte desses direitos (por um tempo ou de forma permanente) em troca de publicação e remuneração. Existem dois tipos principais:


  1. Direitos exclusivos


    • Você entrega à editora o direito de publicar sua obra com exclusividade.


    • Você não pode publicar esse mesmo livro em outra plataforma ou editora.


    • Geralmente, prometem bônus maiores e marketing em troca dessa exclusividade.


    • Risco: se o contrato for longo (5 anos, por exemplo), você fica presa à editora mesmo que não esteja satisfeita.


  2. Direitos não exclusivos

    • Você permite que a editora publique sua obra, mas continua livre para publicá-la em outros lugares (Amazon, Wattpad, Letterlux, etc.).


    • Os ganhos costumam ser menores, mas você mantém maior controle.





Detalhe importante:


Algumas plataformas colocam nos contratos que os direitos autorais permanecem com o autor, mas na prática, você cede os direitos de exploração comercial da obra para eles por certo período. É aqui que mora o perigo, porque se o contrato não tiver prazo definido ou permitir renovação automática, você pode perder o controle sobre o livro por muito tempo.


Funciona assim:


  • O livro sempre continua sendo seu (você é a autora, ninguém tira esse crédito).

  • Mas, dependendo do contrato, as decisões sobre o que pode ou não ser feito com o livro passam para a editora.

Por exemplo:


Situação

O que acontece na prática

Você mantém os direitos autorais sem ceder nada

Só você decide onde publicar, quando retirar do ar, se vai vender na Amazon, se vai traduzir ou fazer adaptação.

Contrato exclusivo (cessão de direitos de exploração)

O livro continua sendo seu, mas por “X” anos só a editora decide onde e como ele será publicado. Você não pode colocar na Amazon nem em outra plataforma.

Contrato não exclusivo

O livro é seu e você pode publicar em vários lugares. A editora pode divulgar e monetizar, mas você continua livre para colocar em outras plataformas também.

⚠️ Ou seja: você não perde a autoria, mas pode perder a liberdade de decisão sobre onde e como o livro será usado, dependendo do que assinar.




Direitos autorai x Editoras tradicionais.


Engana-se quem acha que apenas plataformas como Buenovela, lera, tapon podem ter acesso aos seus direitos autorais.


Editoras tradicionais no Brasil geralmente têm cláusulas de cessão de direitos autorais — mas é importante diferenciar:


📌 O que geralmente acontece é a cessão dos direitos patrimoniais (exploração comercial), e não dos direitos morais (que sempre ficam com o autor, como ser reconhecida como criadora da obra).


Ou seja, na prática:


O livro continua sendo seu, mas a editora decide onde, quando e como publicar, vender, traduzir, imprimir etc., dentro do prazo do contrato.


Normalmente essa cessão é por um período (5 a 10 anos) e exclusiva.

Algumas editoras conhecidas no Brasil que usam esse modelo (livros impressos e digitais):


Record (Grupo Editorial Record) – costuma pedir cessão dos direitos de exploração por alguns anos.


Companhia das Letras (Grupo Penguin Random House) – mesma linha: direitos de exploração exclusivos por um período contratual.

Rocco – bastante rígida na exclusividade durante o contrato.


Intrínseca – também exige cessão dos direitos patrimoniais por contrato de anos, principalmente em títulos de maior potencial.


HarperCollins Brasil – padrão internacional: o autor cede os direitos de exploração e a editora assume a gestão total da publicação durante o contrato.


Planeta – trabalha com contratos de cessão patrimonial exclusiva por tempo definido.


⚠️ O que muda é:


O prazo da cessão (algumas pedem 5 anos, outras 7, outras renovação automática).


O escopo: algumas querem só o direito de publicar em português impresso/digital, outras já pedem também tradução, adaptação para cinema, audiobook etc. (mesmo sem garantia de usar).


O percentual de royalties: no Brasil, gira em torno de 7% a 10% do preço de capa no impresso.


📖 Resumindo: Quase todas as grandes editoras tradicionais de livros impressos trabalham com cessão de direitos autorais patrimoniais por contrato. Isso é diferente das editoras por demanda ou autopublicação (ex: Clube de Autores, Amazon KDP), onde o autor mantém 100% dos direitos e só cede licença não exclusiva para venda.




Em resumo:


  • Você nunca perde o direito moral sobre o livro (sempre será o autor).


  • Você pode ceder ou licenciar os direitos patrimoniais para editoras ou plataformas.


  • A confusão está em achar que “ceder” = “perder”, quando na verdade é negociar formas de exploração comercial.



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