Capítulo 12 - o filho secreto do bilionário
- Erica Christieh

- 16 de jul.
- 5 min de leitura

Benjamim correu atrás de Antonela e, embora ela tenha ouvido seu chamado, o ignorou pela décima vez, entrando no Chevette e partindo em alta velocidade.
Benjamim ficou parado no meio da rua, olhando para o carro que cada vez ficava mais distante, enquanto tentava recuperar o fôlego. Há muito tempo ele não corria atrás de uma mulher. Há muito tempo, uma mulher não fugia dele, como Antonela vinha fazendo.
Frustrado por não alcançar ela, entrou na sua Mercedes e dirigiu para tentar alcançá-la. Não havia nenhum sinal de Antonela ou do velho carro de Dominique pelas ruas da cidade. Mudou a rota, dirigindo em direção ao endereço que Dominique havia dado na empresa como sua residência.
Quando estacionou o carro, estranhou o local que tinha aparência de estar abandonado. O mato grande cercava toda a residência e não havia nenhuma luz acessa. Benjamim deu um soco no ar ao perceber que havia sido enganado.
Seu celular vibrou no bolso da calça e ele fechou os olhos quando percebeu ser Carlota. A última coisa que ele queria era ter que voltar na casa de Alessia para ter que buscá-la e explicar a sua futura noiva o que realmente estava acontecendo.
— Vou pedir para o motorista buscar a senhora – ele disse irritado – eu estou indo para a casa, por favor, não me espere.
Desligou o telefone sabendo o quanto Carlota reprovaria sua atitude. Só quando se viu sozinho no carro percebeu a loucura que estava fazendo. Benjamim se sentiu um tolo por percorrer toda a cidade atrás da mulher que ele rejeitou se casar, mas algo dentro dele pulsava por saber mais sobre Antonela e ele só sossegaria quando enfim descobrisse tudo.
O coração de Antonela apertava dolorosamente e seus lábios tremiam quando ela estacionou o carro em frente à casa da fazenda. Havia se certificado uma dezena de vezes pelo longo caminho se não estava sendo perseguida por Benjamim e só entrou na estrada de chão quando teve certeza de estar sozinha.
Ela mal tinha forças para entrar na casa. Todos dormiam. Dominique estava tão bêbada que não havia visto ela chegar. Seria melhor assim, porque Antonela não conseguiria explicar o que havia acontecido naquela noite, nem mesmo se tentasse um milhão de vezes.
Foi difícil dormir depois de tudo isso. Quando ela fechava os olhos, lembrava das palavras de Alessia sobre sua mãe. Como Francesca poderia ter aceitado tal situação sabendo que, devido a Benjamim, ela havia partido? Certamente ela estava cansada demais para lutar contra os fatos. Talvez sua intenção nunca tenha sido magoar a própria filha.
O celular vibrou na mesinha de cabeceira e, quando ela olhou para o identificador de chamadas, levou outro grande susto. O número era de Benjamim. Tudo o que ela não precisava naquele momento era tê-lo vigiado seus passos. Não ousou tocar no aparelho até que ele parasse de chamar. Depois disso, o desligou e dormiu.
Ouviu o galo cantar quando as mãos de Dominique a agarraram, aflita. Antonela acordou assustada com o coração saltando no peito.
— Estamos atrasadas para o trabalho – ela caminhava apressadamente pelo quarto enquanto colocava os brincos, mas Antonela não parecia ter pressa alguma. – Não terá uma boa impressão chegar atrasada no seu primeiro dia.
Foi nesse momento que ela começou a se arrepender de ter aceitado aquele emprego. Era tarde demais para voltar. Se levantou lentamente e caminhou em direção ao banheiro. Em menos de dez minutos, Antonela estava pronta, mas Dominique parecia ainda mais aflita. Segurou pelo braço de Antonela sem nenhuma cerimônia e a arrastou para fora da casa.
— Espere – pressionou os pés contra o chão amadeirado, fazendo Dominique se esforçar mais do que deveria – preciso me despedir do Adam. Será que não tenho direito a uma xícara de café?
— Deixe o café para quando chegar no trabalho – ela a puxou novamente – vamos lá, Antonela, não me faça perder esse emprego.
— Não fui eu que me embriaguei ontem à noite e acordei atrasada para o trabalho.
As palavras de Antonela foram como uma luz no fim do túnel. Dominique parou de repente, como se lembrasse de algo muito importante, e então se virou para olhar nos olhos de Antonela.
— Como foi o noivado da Alessia? – a pergunta a fez revirar os olhos e se apressar para fugir daquele assunto – eu me lembro muito bem de ver você saindo por aquela porta dizendo que arruinaria o noivado da sua irmã.
— Não foram exatamente essas palavras que usei – abriu a porta e sentou-se quando viu Dominique correr, dando a volta no carro e sentando-se ao seu lado. Olhava para ela em silêncio, apenas esperando que ela contasse tudo o que havia acontecido – foi um grande erro ter ido até a casa do meu pai, se é isso que você quer saber.
Um nó sufocou sua garganta, de modo que ela teve dificuldade para respirar. Abaixou a cabeça, mas Dominique não se movia, como se esquecesse o quanto estava atrasada.
— O que aconteceu, Antonela? – ela continuava a encarar, esperando que ela contasse cada detalhe – o que a bruxa da Alessia falou para você?
— Isso já não importa mais – disse, levantando a cabeça e a encarando – afinal, dona Francesca não está aqui para se defender.
— Aquela garota é uma maldita – socou o volante quando finalmente ligou o motor e direcionou toda a sua atenção para a estrada – era claro que ela iria envenenar você contra sua mãe. Mas você precisa saber o quanto ela sofreu pela sua ausência. Todas às vezes que me encontrava, perguntava se eu tinha notícias de você.
— Não está me ajudando dizendo essas coisas – uma lagrima escorreu pelo seu rosto – só me faz acreditar que Henrico tem toda a razão quando diz que fui eu quem matou a minha mãe.
Outra freada e Dominique soltou o volante para poder segurar o rosto de Antonela carinhosamente. Agora ela também chorava.
— Eu te proíbo de repetir uma coisa dessa – disse, com os olhos encharcados – a tia Francesca amava você, e nunca concordou que Alessia se casasse com o Benjamim. O que eles estão dizendo por aí é uma mentira para amenizar a culpa do seu pai. Ele, sim, sempre fez questão de empurrá-la para cima do Benjamim.
Antonela enxugou as lagrimas, aquela conversa era difícil demais para ela suportar. Dominique sentia as mãos tremerem, mas sabia que precisava se apressar se não quisesse ser demitida.
— Isso já não importa mais – Antonela disse, engolindo todo o choro e decidindo esquecer de uma vez aquele assunto – O Benjamim vai se casar com Alessia e minha mãe já não está mais aqui para me perdoar pelo que fiz.
— Ela te perdoou Antonela – voltou a dirigir e de repente foi como se as palavras fugissem e desaparecessem dos lábios de Dominique. Ela estava tão revoltada com as más intenções de Alessia que só desejou encontrar aquela garota perambulando por aí para lhe ensinar uma boa lição.
O silêncio reinou até que elas chegassem na empresa. Só quando estavam prontas para entrar, Dominique lhe disse finalmente.
— A partir de agora é uma vida nova para você e para o Adam – ela sussurrou, enquanto olhava nos olhos de sua melhor amiga – duvido que o Benjamim continue com a ideia de se casar com aquela megera quando souber que teve um filho com você.
— Estão falando de mim? – a voz potente de Benjamim ecoou bem atrás de Antonela, o que a fez paralisar.
Quando finalmente se virou para olhá-lo, estava pálida e com medo de que ele tivesse realmente ouvido o que Dominique dissera.
— Não, não estamos falando do senhor – Dominique gaguejou aflita.
Seu olhar desconfiado fez os labios de Dominique travarem fazendo-a se arrepender por tê-los aberto anteriormente.
— Estão atrasadas – ele disse, mudando de assunto rapidamente, o que fez o coração de Antonela se acalmar um pouco mais – quero as duas na minha sala imediatamente. Temos assunto para tratar.
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