Capítulo 27 - o filho secreto do bilionário
- Erica Christieh

- 17 de jul.
- 5 min de leitura

Benjamim entrou no escritório esperando Antonela, mas ela demorou demais. Ele ficou impaciente e, quando girou para ir atrás dela, se chocou com Antonela.
Ficou perto demais. O rosto dela ficou vermelho e ele abaixou todas as guardas. Percebendo o que acontecia, Antonela deu um passo atrás e se afastou de Benjamim, abaixando a cabeça em seguida.
Ele tentou imaginar o que ela pensava. Continuou observando sem perceber o tempo passar. Quando Antonela foi constrangida pelo silêncio, voltou o olhar em direção a ele e disse em seguida:
— Vai me dizer o quer comigo? – as palavras dela fizeram ele voltar à realidade e se vestir novamente com sua armadura – disse ter um trabalho para mim.
— Eu quero saber o motivo do porquê você foi embora ontem sem minha permissão.
Pensando em tudo o que havia acontecido na noite anterior, ela ficou preocupada imediatamente. Agora, de pé em frente a ele, Antonela estava com vergonha, mas fingia estar calma.
— Peço desculpas pelo meu erro – Benjamim ergueu as sobrancelhas e olhou para ela, confuso – eu tive um problema no meu relógio hormonal e tive que me apressar e voltar para casa.
— Relógio? – indagou, achando que Antonela brincava com a situação.
— O senhor quer mesmo que eu explique sobre os ciclos menstruais de uma mulher? – ele abriu os lábios em espanto – meu vestido ficou manchado de sangue. O senhor não queria que eu passasse essa vergonha na frente de todos, não é mesmo?
Benjamim pigarreou e seu rosto ganhou contrastes de constrangimento. Antonela precisou se conter para não rir da enorme mentira que contava a ele naquele exato momento. Quem olhasse para a situação por outro angulo, certamente concluiria que Antonela havia feito de caso pensado, mas ela inventou todo aquele drama repentinamente. Foi a primeira coisa que surgiu em sua mente.
— Deveria ter me avisado – em contraste com Antonela, claramente se divertindo da situação, Benjamim ainda estava perdido – eu mesmo teria levado você em casa ou ajudado você a resolver esse problema.
— Você é homem e homens não entendem dessas coisas – Benjamim riu dela sem perceber que Antonela quebrava todas suas objeções – além disso, você tinha a reunião para a qual se preocupar. Eu lamento muito não poder ter estado lá.
Benjamim gostou do que ela disse e da maneira como as palavras dela acalmaram a tempestade dentro do seu coração. Agora parecendo ser mais íntimos, eles se aprofundaram na conversa, querendo saber um pouco mais.
— Como foi sua conversa com o seu pai? – o semblante no rosto de Antonela se modificou.
— Horrível – respondeu imediatamente – e eu peço que não faça mais isso. Já ficou claro que o Henrico não me quer por perto. Eu já deixei de ser a filha dele há muito tempo.
— Eu só queria ajudar – olhou nos olhos dela profundamente e então se lembrou do motivo pelo qual pedira para ela ir até ali – nem mesmo o Henrico sabe onde você mora. Preciso dessa informação, Antonela.
— E por que precisa? – Antonela fingiu estar calma e cruzou os braços. Ela olhou para ele e continuou em um tom ácido – eu não vou contar a ninguém onde estou morando, Benjamim nem mesmo para você. E se quiser me demitir por isso fique à vontade.
Obviamente, as palavras de Antonela o irritaram, transformando novamente o clima entre eles em algo ruim. Percebendo que Antonela não cederia, ele se afastou e caminhou até uma enorme pilha de documentos. Os pegou e levou até elas, deu para ela segurar, ordenando em seguida.
— Quero todos esses relatórios prontos até o final do dia – sua voz ganhou novamente um tom autoritário e arrogante – e independente se o expediente acabar ou não, você vai terminá-los e depois vai levá-los até a minha casa.
— O quê? – Antonela teve vontade de pegar todos aqueles papéis e jogar em cima dele – nem mesmo eu explicando para você por que tive que ir embora, continua me castigando.
O tom dela agora demonstrava irritação e seu rosto se contorceu. Antonela sentia desprezo por Benjamim por agir cruelmente só porque ela não queria dizer a ele onde morava.
— Eu sou seu chefe, Antonela – se aproximou dela e a única coisa que os separava era o amontoado de papéis que ela segurava – e você tem que obedecer às minhas ordens sem contestar.
Agora ela estava vermelha de raiva. Queria pedir demissão, então lembrou-se de Adam e do quanto ele precisava que ela tivesse um emprego para sustentá-lo. Benjamim nem sequer merecia ser pai daquela criança.
Ela forçou um sorriso e se preparou para partir. Discutir com ele era inútil, ele sempre venceria aquela guerra.
— Como o senhor quiser – ela disse forçando simpatia – deseja mais alguma coisa?
— Não, já pode se retirar – ele virou as costas para ela e não viu o momento em que Antonela partiu.
Quando ela saiu do escritório, aqueles olhos bonitos e intenso ainda estava em sua mente. Antonela sentiu seus batimentos cardíacos acelerando no peito e decidiu se apressar para termina aquilo o mais rápido possível.
Estava concentrada nos documentos quando sentiu sua barriga gemer de fome. Olhou no relógio e percebeu ser a hora do almoço. Fingiu não ver benjamim quando ele saiu do escritório para almoçar e só quando estava livre do olhar dele pode finalmente descansar alguns minutos.
— Vim chamar você para almoçar - a voz de Dominique ecoou em suas costas.
— Não posso ir – instalou os lábios quando se debruçou novamente sobre suas tarefas – Benjamim exigiu que eu termine esses relatórios ainda hoje.
— Isso é muita coisa, Antonela – Dominique analisou tudo, tendo até pena da pobre amiga – ele estava realmente com muita raiva quando pediu para você fazer isso.
— Ele é um demônio – disse com os dentes cerrados – não quero atrapalhar seu almoço, desde que você traga algo para eu comer.
Dominique concordou e saiu para almoçar. Logo, Antonela se viu sozinha na empresa e o tédio só não a consumiu porque a pilha de papéis serviu como impedimento. Os minutos se arrastavam lentamente e Antonela considerou uma eternidade Dominique não voltar com sua refeição.
Ela sentia que morreria de fome. Ouviu o elevador se abrir e acreditou ser Dominique, mas levou um enorme susto quando viu Dante caminhando na sua direção com sacolas em punho.
Ela se levantou apressadamente e podia-se ver um leve rubor em seu rosto.
— Senhor governador – ela sorriu para ele – o benjamim não está, ele provavelmente saiu para almoçar.
— Eu não vim ver o Benjamim – ele disse, depositando as sacolas sobre a mesa dela – encontrei a sua amiga no percurso e ela me disse que você ainda não havia almoçado. Pensei em convidá-la para sair comigo, mas ela disse que você estava concentrada no trabalho e que negaria meu convite. Por isso trouxe isso para você.
Antonela mal podia acreditar que o governador do estado havia trazido comida para ela almoçar. O aroma fez a barriga dela se contorcer.
— Obrigada, senhor – ela sorriu enquanto era dominada pela vergonha – achei que não estava mais na cidade.
— Não me chame de senhor, Antonela – ele puxou uma cadeira e se sentou em frente a ela – eu não poderia ir embora sem antes me despedir de você.
Ela se calou imediatamente. Dante se calou enquanto observava ela almoçar. Quando benjamim chegou à empresa e viu Dante cortejando Antonela, quis desfazer todos os negócios que havia firmado com o governador apenas para não ver ele próximo dela.
Agora parecia tarde demais. Dante já estava interessado em Antonela.
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