Capítulo 41 - o filho secreto do bilionário
- Erica Christieh
- 17 de jul.
- 5 min de leitura
Benjamim chegou cedo em casa naquela noite. Estranhou o fato do ambiente estar silencioso. Chamou o nome da mãe diversas vezes, até um empregado aparecer dizendo que Carlota havia saído às pressas após receber uma ligação.
Ele pegou o celular no bolso e percebeu haver dezenas de mensagens e ligações de Carlota de poucos minutos atrás.
— Para onde ela foi? – Benjamim perguntou ao rapaz.
— Eu não sei senhor – respondeu ele esfregando a nuca – a senhora não disse para onde iria.
Depois de alguns segundos pensando sobre o que faria, Benjamim voltou a guardar o celular no bolso e se direcionar ao andar de cima. Ele precisava tomar um banho primeiro antes de resolver aquela situação. Nada poderia ser mais grave do que ele contar a mãe o fim do seu noivado com Alessia.
Carlota ficaria furiosa e decepcionada quando soubesse que Benjamim havia terminado com a única chance de ele ter um herdeiro. Ela era obcecada por essa ideia de ter alguns netos. Sonhava em ver a casa cheia de crianças para que ela pudesse amá-lo e depositar toda sua energia nos filhos a mais que ela desejou ter.
Benjamim se lamentava por ser filho único. Esse fato descarregou sobre ele a responsabilidade de manter a família Dylon adiante. A ideia de se casar com uma mulher apenas para ter filhos não era nada que ele considerava normal.
Havia acabado de sair do banho, ainda enrolado em uma toalha branca quando ouviu o vibrar do celular sobre a cama. Era sua mãe, que já havia ligado três vezes antes. Atendeu, quando ouvindo a voz eufórica dela, entendeu imediatamente a urgência.
— Estou ligando há horas – ele não soube distinguir se era felicidade, medo ou angústia em sua voz – precisa vir ao hospital onde Henrico está internado.
Benjamim franziu o cenho em preocupação.
— Aconteceu algo com o Henrico?
— O Henrico está bem – ela soltou um suspiro e um pequeno silêncio se formou entre eles – quando você chegar aqui, nós conversaremos. Por favor, se apresse.
— Mãe… – ele não conseguiu completar a frase, a ligação foi encerrada repentinamente.
Essa atitude de Carlota gerou sentimentos conflitantes em Benjamim. Se o assunto não envolvia o Henrico, envolveria quem então? Carlota estaria doente e por isso não quis contar a ele pelo telefone?
Benjamim instalou os lábios, aborrecido. Se arrumou rapidamente e tentou digerir tudo o que acontecia em cinco minutos. Ele pegou a carteira e as chaves na mesa e saiu apressadamente da casa, pensando que o pior havia acontecido.
Em pouco tempo estava em frente ao hospital. O carro de Alessia estava estacionado do lado de fora. Ele estranhou que ela ainda estivesse ali e não estava preparado para um reencontro tão cedo com sua ex noiva. Talvez ela estivesse visitando o pai, ou o assunto de Carlota realmente fosse urgente.
O coração de Benjamim bateu rapidamente quando ele se encontrou com Carlota ainda na recepção. Sentiu-se aliviado ao perceber que a mãe estava bem. Então, qual seria o real motivo dela estar naquele hospital?
— Venha comigo – Carlota segurou sua mão e o levou para um corredor. Benjamim já sentia a impaciência dominar todo o seu corpo.
— Chega de mistérios mãe – ele impediu que ela continuasse e obrigou Carlota a olhar em seus olhos – o que está acontecendo?
Os olhos dela brilharam e um sorriso repuxou seus lábios. Por qual motivo, sua mãe o levaria até um hospital e ficaria feliz?
— Alessia me ligou essa tarde – Benjamim revirou os olhos insatisfeito, imaginando que ela já havia contado tudo a Carlota – disse que sofreu um desmaio e que estava em observação no hospital.
— E ela contou a você que terminamos?
O espanto foi visível no rosto tão bem maquiado de Carlota. Ele não planejou contar a verdade a ela daquela forma, rápida e com rispidez, mas Benjamim não suportou a ideia de ver Alessia manipulando sua mãe para que ela o convencesse a não terminar tudo.
— Por que você fez isso? – o brilho desapareceu dos olhos dela e agora Carlota estava desapontada – você não pode terminar com ela agora, Benjamim?
— Foi por isso que a senhora pediu para eu vir? – Benjamim deu alguns passos para trás, disposto a não ficar ali nem mais um segundo – quer me convencer a retroceder na minha decisão? Está perdendo o seu tempo, mãe e nem mesmo esse teatro ridículo da Alessia vai me convencer a casar com ela.
Ele virou as costas e, disposto a partir, começou a caminhar para longe, quando as palavras de Carlota fizeram seus pés paralisarem no chão.
— Nem seu eu disser que ela está gravida?
Ele paralisou. Primeiro considerou estar sendo enganado pelos próprios ouvidos, depois girou o pescoço lentamente para ver a expressão no rosto de Carlota e ter certeza de que não estava ficando louco. Sua mãe sorria e moveu-se alegremente na direção dele, como se estivesse caminhando sobre as nuvens. Benjamim nunca a viu tão feliz.
— Veja isso – entregou a ele o exame que comprovava suas palavras. O rosto de Benjamim se tornou branco – Alessia vai nos dar um herdeiro, como de fato sempre sonhamos.
— Isso não pode ser verdade – ele leu apenas o nome dela expresso ali e voltou a devolver o documento para a mãe.
— Do que está falando, Benjamim? – o rosto de Carlota escureceu e ela se aproximou do filho, obrigando a olhar em seus olhos – eu não eduquei você para ser um covarde. Você engravidou essa moça antes do casamento e agora se casará com ela.
Ele não concordava com aquilo e tinha muitas dúvidas se realmente Alessia dizia a verdade. Como Benjamim poderia explicar a sua mãe que ele e Alessia ficavam raramente juntos? Como ele confessaria que não desejava aquela mulher?
— Eu me casaria com ela antes de estar grávida – foi irônico, embora Carlota não achasse nenhuma graça em suas palavras – eu já terminei com ela, mãe e não estou disposto a retroceder.
— Temos um acordo, Benjamim – Carlota cerrou os dentes para o filho – se você não se casar com Alessia e assumir esse filho, amanhã mesmo arrumarei um substituto para você na empresa e te deserdarei como herdeiro de tudo o que seu pai deixou.
Ele mal pode acreditar que sua mãe o ameaçava. Seu coração se despedaçou como um prato jogado contra a parede. Seu mundo colidiu e suas pernas tornaram-se geladas. O corpo de Benjamim havia ficado entorpecido e ele olhava para Carlota como um fantasma.
— Está me ameaçando? – ele sussurrou, embora não houvesse raiva nos olhos de Benjamim, havia muita decepção.
— Estou apenas lhe dando um aviso, caso insista na decisão de me envergonhar em público – ela virou o rosto para não ter que encará-lo – agora entre naquele quarto e reate com a sua noiva. Vocês se casaram muito em breve.
Era um pesadelo e Benjamim não tinha para onde fugir.
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