Capítulo 39 - o filho secreto do bilionário
- Erica Christieh
- 17 de jul.
- 5 min de leitura
Alessia foi encontrada caída ao chão por um enfermeiro que passava ali. Imediatamente foi levada à emergência e, acordando alguns minutos depois, parecia eufórica.
— Onde eu estou? – tentou se levantar, mas a tontura a dominou – quem é você?
— Você está no hospital – disse, enquanto delicadamente segurava pelos braços dela e a deitava novamente – e eu sou o Frederico, enfermeiro desse hospital, mas você pode me chamar de Fred.
Foi como se a voz dele acalmasse Alessia. Com a visão um pouco embasada, Alessia observou o rapaz à sua frente. Ele não era tão forte quanto Benjamim, nem rico como ele, porém era tão bonito ou até mais.
Mas Alessia não tinha olhos para outro homem além de Benjamim, quando se lembrou do que havia acontecido e da maneira como Benjamim havia terminado tudo. Seus olhos encheram-se de lágrimas e um desespero contínuo se apossou dela. Alessia estava ao ponto de colapsar.
Pela segunda vez, tentou se levantar. Ela queria sair correndo por aqueles corredores ao encontro do seu noivo e implorar que ele não a deixasse, mas Fred a impediu mais uma vez.
— Precisa se acalmar – ele disse, mas ela esperneou como uma criança mimada enquanto lágrimas escorriam pelo seu rosto – você teve um desmaio e está fraca. Mediquei você, estando um pouco tonta.
Alessia, já sem paciência, agarrou Fred pelo jaleco e o puxou um pouco para mais perto.
— Com quem você acha que está falando? – cerrou os dentes enquanto depositava sobre ele sua fúria – sou noiva do Benjamim Dylon e quando ele souber que um reles enfermeiro manteve sua noiva presa nesse hospital, sua vida estará acabada.
Ela soltou Fred, que, assustado, cambaleou para trás, quase perdendo o equilíbrio. A respiração do rapaz ficou pesada de repente e ele temeu que tudo que Alessia havia dito fosse realmente verdade.
— Não estou mantendo-a presa – disse Fred com a voz tremula, sem entender bem, estava se justificando.
Ele conhecia a fama de benjamim Dylon e sabia do seu enorme poder financeiro. O emprego de enfermeiro havia sido tudo o que Fred conseguiu nos últimos tempos e, se perdesse, estaria com grandes problemas.
— Por favor, senhorita Alessia – ele voltou a se aproximar com o rosto em pânico – eu não posso perder esse emprego. A minha mãe está muito doente e o dinheiro que recebo trabalhando aqui irá auxiliar no tratamento dela.
As palavras de Fred acenderam uma luz no fim do túnel. De repente, ela se lembrou do seu plano para forçar Benjamim a se casar com ela o mais rápido possível. Olhou para Fred com os olhos ainda arregalados e enxugou as lágrimas em seguida.
Precisou se acalmar. Estava agindo irracionalmente, agredindo o rapaz. Implorar não traria Benjamim de volta, ao contrário, o afastaria ainda mais. Alessia agora precisava dar o que benjamim mais queria.
— Peço desculpas, Frederico – ela levantou a cabeça e viu um par de olhos atentos, mas desnorteados – eu sinto muito. Eu jamais prejudicaria você.
As palavras passaram pela mente de Fred. Ele ficou parado calmamente, sem expressão ou movimento. Suas pupilas extremamente estreitadas e a respiração mais calma dessa vez denunciaram que ele começava a acreditar nela.
Mas a expressão no rosto de Fred era cheia de incertezas para Alessia, que precisou ser mais dramática para convencer o rapaz do seu arrependimento.
— Responda-me Fred, você fez algum tipo de exame em mim? – a voz dela soou calma, diferentemente de minutos atrás.
Ele considerou a pergunta estranha. Havia apenas vinte minutos que ele encontrou Alessia caída no corredor desacordada. Seguindo orientações médicas, mediu sua pressão e a medicou, levando-a para o quarto em seguida.
— Nenhum exame foi feito – ele disse, com um tom baixo – mas se quiser, posso solicitar alguns agora mesmo.
— Acha que posso estar grávida? – Ele franziu a testa e tal confusão – quero dizer, você pode fazer um exame de gravidez em mim?
Enquanto ela reunia forças para tentar se sentar, Fred apenas balançou a cabeça e lentamente se aproximou de Alessia para tentar ajudá-la. Percebendo o quanto ele era manipulável, convenceu-o a fazer os exames naquele exato momento.
Fred ainda sentia medo do que Alessia podia fazer caso ele não a obedecesse. A levou até o banheiro para que urinasse em um pote. Em seguida, ele realizou o exame sem a presença dela.
Alessia sabia que as chances de o exame dar positivo eram mínimas. Ela e benjamim ficavam raramente juntos, mas ela tinha um plano completo em sua mente que não tinha como dar errado.
Deitada na cama, ela viu Fred sair do banheiro com o resultado em mãos. O rosto dele indicava que as notícias não eram como Alessia esperava.
— Negativo – ele mostrou a ela, mas Alessia se negou a aceitar.
— Você não entende, Fred – ela dizia isso sorrindo e agia como se o conhecesse há muito tempo – preciso ter um filho do Benjamim e você vai me ajudar a fazer isso.
Fred se assustou e voltou a se afastar dela, como se enxergasse em seus olhos um monstro. Obvio, como homem, algumas coisas obscenas e improváveis surgiram em sua mente. Alessia não podia propor algo assim para ele.
— O que você está querendo dizer? – perguntou a ela para ter certeza de que não estava enganado.
— Quero que você falsifique o exame de gravidez para que eu possa me casar com o Benjamim – os lábios de Fred secaram instantaneamente e ele pensou que não podia ser pior – se fizer isso por mim, eu darei muito dinheiro que salvará não só a vida da sua mãe, como também a sua.
Nesse momento, Frederico entendeu que havia cometido um erro. Ele não deveria ter contado os seus problemas a Alessia, muito menos acreditado que ela estava tentando ser gentil. Sentiu o corpo estremecer.
— E se eu me recusar a fazer? – perguntou corajosamente, já entendendo suas intenções.
Alessia não permitiria que ele recusasse.
— Denuncio você por assédio sexual – Fred olhou aterrorizado para ela – você não poderá ajudar sua mãe preso em uma cela.
Fred havia caído em uma armadilha desde o momento em que encontrou Alessia, desmaiada no corredor do hospital. Ele não podia fugir, esquecendo o que havia acontecido. Se negasse as acusações, poderia até se livrar de um julgamento, mas perderia seu emprego e todas as chances de conseguir outro, afinal ele estaria enfrentando a noiva de Benjamim Dylon.
— Eu não tenho escolha, não é mesmo? – os olhos dele encheram-se de lágrimas, mas nem isso fez Alessia sentir compaixão dele.
— É claro, que tem uma escolha – ela sorriu satisfeita da própria maldade – depois que eu me casar com o Benjamim, conseguirei um bom emprego na empresa dele. Já imaginou como sua vida pode mudar depois disso?
Mas não foi a ganância ou o deslumbramento que fez Fred decidir, mas o medo de fracassar com a própria mãe.
— Hoje mesmo você terá o exame de gravidez em suas mãos – respondeu ele, sentindo o coração sendo arrancado do peito – mas não antes de cumprir sua parte no acordo. Aconselho que se apresse.
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